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Disse Jesus: Ninguém tem mais amor pelos seus amigos do que aquele que dá a sua vida por eles. (João 15:13) 

É muito comum hoje em dia chamarmos as pessoas de amigos. Ao acessarmos as redes virtuais constatamos essa verdade. É preciso ter muito cuidado para não fazermos da palavra “amigo” algo tão banal. As coisas devem ser chamadas pelo seu nome. 

Precisamos saber que há formas de egoísmo que são chamadas de amizade. A esperança de que vários "amigos" curtam a nossa frase ou figura postada é uma delas. Há também relacionamentos humanos, muito dignos e nobres, que, porém, não chegam à nobreza da amizade. Não chegam a ser amizade. Contudo, chamam-nos de amizade. Isso são formas de desvalorizar o riquíssimo vocábulo “amigo”. 

"Chegamos a identificar o amigo com uma simples pessoa conhecida: com quem nos relacionamos com frequência, mas apenas superficialmente. Poderia desaparecer, sem deixar saudade. 

Não raro, confundimos o amigo com o colega de classe, de trabalho, de clube esportivo. Igualmente, confundimos a amizade com o bom relacionamento. Compartilhamos estudos, gostos, esportes. Todavia, não compartilhamos o que é a própria intimidade. 

Confundimos amigo com o colaborador, com o camarada. Compartilhamos um projeto, uma tarefa em organizações juvenis, de caridade ou de comunidade cristã. Não nos damos uns aos outros, mas, juntos, entregamos à mesma causa. A corresponsabilidade pode ser um caminho para a amizade, porém, não é a amizade. 

Confundimos o amigo com o enturmado: aquele que se junta à turma, aquele com o qual frequentamos os mesmos lugares, com quem cantamos, rimos, tomamos uma cerveja, contamos anedotas e piadas, dançamos, enfim, com quem curtimos a vida. Se for necessário dar uma mão, todos estamos dispostos. Não existe, no entanto, um encontro em profundidade. Ninguém nos ofereceu nem um lar, nem um lugar no coração. Cada um guarda para si e resolve sozinho os próprios problemas. Existe aí companheirismo, coleguismo, não amizade. 

Nunca me esquecerei da trágica sensação daquele domingo. O grupo de amigos, como se chamavam, tinha saído da igreja e passado uma tarde divertida, num bate-papo muito eufórico. Um deles, porém, apareceu, inesperadamente, com uma conversa macabra, dizendo várias vezes: “Quando eu me suicidar, vocês verão...”. Às primeiras horas da noite, correu a notícia de que ele tinha se suicidado de verdade. No seu próprio quarto, estourou os miolos com uma escopeta. Era um jovem de seus 16 anos, simpático, companheiro excelente e melhor aluno do colégio. Não se sabe a causa. Diziam-se amigos. Se fosse verdade, teriam feito confidências mútuas, e, com certeza, ter-se-ia evitado a tragédia. 

Todo amigo é querido. Mas nem todo que é querido é amigo. Todos os amigos se ajudam. Contudo, nem todos os que se ajudam são amigos. O amor de ajuda pode não ser correspondido. Pode tratar-se de uma ajuda meramente externa ou material, sem chegar à intima comunhão espiritual. O relacionamento entre quem ajuda e quem é ajudado é louvável e evangélico. Entretanto, não chega a ser sublime como o dos amigos." (El amigo, ese tesoro, ALAIZ, Atilano, Madrid, España, 1982, Ediciones Paulinas)

Enfim, temos ainda muito a aprender com Jesus Cristo. Este, sim, é amigo de verdade. Ele nos ama a ponto de ter se esvaziado da sua glória e se entregado para morrer em uma cruz pela nossa salvação.

Obrigado pela leitura!

Um forte abraço.

Elbem César

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